“Qual é sua pretensão salarial?” Veja como responder ao recrutador.
A resposta é um pouco mais complexa do que simplesmente dizer o valor que você considera ideal pelo seu trabalho, conforme explica especialista em carreira e mercado
Atualmente não é raro ver uma oferta de emprego que pede para o candidato enviar o currículo com a pretensão salarial. Pode parecer estranho, mas é uma tática das empresas. A coordenadora nacional da área de Carreira e Mercado da ESPM, Adriana Gomes, explica porque isso acontece e como calcular quanto vale o seu trabalho.
Primeiro é importante entender que a pandemia levou a um achatamento salarial que desbalanceou o mercado. Antes a remuneração acompanhava os movimentos dos setores e havia uma previsibilidade de valores de remuneração. Hoje há muita gente procurando emprego, mas pouco profissional bom para ocupar as vagas ofertadas. “Existe emprego, mas falta a qualificação para atender às necessidades do empregador”, diz Adriana. Há empresas que não têm tempo para treinar profissionais para entregarem tudo que elas precisam, daí o motivo de as vagas terem listas enormes de “requisitos básicos” para o cargo.
As exigências são tantas que chegam a assustar algumas pessoas, mas, na prática, é isso que permite que o candidato entre no radar da seleção para a vaga. Por outro lado, ao deixar na mão do interessado a responsabilidade de dizer qual é a sua pretensão salarial, as empresas aproveitam para sondar como anda o mercado e ganham munição para avaliar se têm condições de pagar o salário proposto e se compensa investir nesse profissional.
Quanto vale o show
Para calcular o valor do seu trabalho, Adriana ensina: “nunca sugira um valor fechado, apresente o mínimo e o máximo que pretende”. Além disso, a pretensão salarial não pode se basear no quanto você quer ganhar sem considerar os valores do mercado, mesmo que não sejam o que você gostaria, porque isso norteia as negociações. Vale consultar os sites das agências de empregos Robert Half e Glass Door onde é possível fazer pesquisa salarial sobre várias profissões.
Segundo a especialista em carreira não basta pensar no salário, também é importante avaliar os benefícios oferecidos pelo empregador. “Uma coisa é o salário e a outra é a remuneração. Salário é um número, um valor estipulado para o trabalho. Remuneração são os benefícios e às vezes são muito atraentes, fazendo a vaga valer a pena”, explica Adriana. Portanto, sempre analise as ofertas que vão além do básico previsto por lei. Carro, combustível, estacionamento, celular da empresa e auxílio educação, por exemplo, são custos que não vão sair do seu bolso.
Quem está desempregado já há algum tempo pode nem levar isso em conta porque a pilha de boletos precisa ser paga. Nesse caso, deve-se considerar a possibilidade de negociar com o empregador um aumento de salário depois de um prazo determinado em contrato, como resultado do bom trabalho apresentado. Já quem está em início de carreira e fica desanimado por não ter todo o conhecimento que a vaga pede, Adriana sugere caprichar na venda da imagem no currículo.
“Hoje as empresas gostam de candidatos com histórias de força de vontade, como aquela pessoa que tomava três conduções para ir para a faculdade e que é a única da família que tem ensino superior. Resiliência, empenho, garra e não reclamar diante das dificuldades contam muitos pontos na avaliação do currículo”, explica. Isso porque as empresas não têm interesse em profissionais reclamões, que não arregaçam a manga e não desenvolveram competências emocionais porque não precisaram batalhar para estudar. “Colocar no currículo que você participa de atividades comunitárias ou voluntárias, desenvolveu projetos na entidade estudantil da escola ou do bairro tem uma pontuação maior do que ter estudado em um colégio e faculdade estrelada”, conclui Adriana.
Fonte: https://trendings.com.br/
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