Saiba mais sobre as diferentes teorias de Gestão.
Reproduzo aqui, parte de um artigo muito atual, escrito pela jornalista Adriana Salles Gomes – Diretora Editorial da Revista HSM,
MOVIMENTOS DA GESTÃO NO SÉCULO 21 Usando a mente sintetizadora que o Howard Gardner preconiza, podemos dizer que existem três grandes teorias nos estudos da gestão atuais – talvez venham a ser três escolas de gestão um dia, assim como tem existem escolas de literatura e de artes (a escola do romantismo, a do impressionismo, a do construtivismo etc.): a teoria da contingência, a teoria dos sistemas e a teoria do caos. É interessante entender em qual o seu estilo de gestão e o da sua empresa encaixam e, com esse distanciamento, entender se esse é mesmo o melhor caminho a seguir para vocês. A teoria da contingência diz que, ao tomarem uma decisão, os gestores devem analisar todas as condições da situação em questão e atuar sobre os aspectos principais em que for possível atuar. Pela teoria da contingência, não há receita gerencial a seguir – tudo depende das condições existentes. Exemplo: numa guerra, a liderança deve ser top-down, autocrática mesmo; as condições pedem que seja assim. Já num hospital, a liderança deve agir como uma facilitadora, permitindo que médicos, enfermeiros etc. participem das decisões; as condições pedem que seja assim. Aí temos a teoria dos sistemas, que enxerga as empresas como sistemas. Já falamos de pensamento sistêmico por aqui, lembra? Um sistema é uma coleção de peças unidas para que alcance uma meta coletiva. Se uma peça é retirada do sistema, obrigatoriamente a natureza do sistema muda. Você pode entender um sistema empresarial dividindo-o em: • inputs (pessoas, tecnologias, dinheiro matérias primas etc.), • processos (planejamento estratégico, design organizacional, técnicas de motivação, controle operacional etc.), • outputs (os produtos e serviços que vão para o mercado), • resultados (a produtividade, a experiência e/ou o aumento da qualidade de vida dos clientes, sejam eles pessoas jurídicas ou físicas) e • feedback (o fluxo de informação que existe dentro da organização e o que existe de fora para dentro). Desde que a teoria dos sistemas surgiu, os gestores passaram a enxergar as várias peças da organização e a inter-relação entre elas, o que lhes permitiu não apenas lidar com todas como entender padrões. Antes dessa teoria, os gestores focavam uma peça de cada vez. (Eu diria que muitos ainda operam dessa maneira.) E como não podia deixar de ser, temos a teoria do caos. Essa teoria reconhece que os eventos quase nunca são controláveis pelas empresas, diferentemente do que os executivos costumam pensar. Segundo essa teoria, os sistemas vão naturalmente mais complexos e gastam mais energia para manter a complexidade. Com esse aumento de energia, e o aumento de estrutura para conseguir ter alguma estabilidade, os sistemas ficam ainda mais complexos. Basicamente é uma bola de neve. Só resta aos gestores aceitar e fluir junto com a complexidade, com muita flexibilidade, criatividade e inovação. A organização opera, na verdade, fora do equilíbrio, e tem muita gente que fica louquinha com isso. Na verdade, os gestores têm de mudar a maneira de pensar sobre o funcionamento das organizações. Sai a abordagem que enfatiza controle, ordem e previsibilidade, e entra a abordagem dos sistemas complexos adaptativos. A imagem que me vem à cabeça é de um jantar com um número infinito de pratos. Você se servir ora de uma coisa, ora de outra. O mais importante talvez seja ter consciência de qual delas se aplica melhor a cada momento (se a gente pensar a respeito, é um pouco isso que diz a teoria da contingência, mas, quando é preciso olhar para as peças do sistema, contingência não resolve, por exemplo). Escrito por Adriana Salles Gomes – Diretora Editorial Revista HSM |
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