Varejo em 2022: 4 fatores que devem ditar o rumo das compras

Varejo em 2022: 4 fatores que devem ditar o rumo das compras

Equilíbrio de contas e tecnologia estão entre as tendências de varejo para ficar de olho no próximo ano

O avanço da vacinação contra a covid-19 e a reabertura da economia se anunciavam como uma luz no fim do túnel para o varejo — no entanto, parece que a caminhada deve ser um pouco mais longa do que o previsto. Entre agosto e outubro de 2021, o setor acumulou uma queda de 5,2% nas vendas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desde o início da pandemia, o maior volume de vendas no varejo aconteceu em novembro de 2020, durante a vigência da primeira rodada do auxílio emergencial de R$ 600. O cenário atual, com o Auxilio Brasil de R$ 400 e menos pessoas assistidas, é menos animador, na visão de Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar) e professor da Universidade de São Paulo (USP). “Vimos a sustentação do consumo no ano passado graças ao auxílio emergencial.”

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Essa incerteza, aliada a fatores como a continuidade da pandemia, inflação de dois digitos e um ano eleitoral conturbado, faz de 2022 um dos períodos mais indefinidos para especialistas. “Dependendo do que acontecer com esse conjunto de variáveis, podemos ter um ano bom ou muito ruim”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

De acordo com ele, a incerteza sobre a o prolongamento da pandemia, com a variante ômicron e a baixa cobertura vacinal em outros países, além da inflação e da reação do mercado aos nomes que podem dominar as urnas eleitorais no próximo ano fazem de 2022 um ano coberto por neblina.

Apesar disso, há transformações ativas acontecendo na forma de se fazer varejo, puxadas principalmente pelos novos hábitos de consumo e a disponibilidade de tecnologias. Startups totalmente voltadas para o setor, as retailtechs, entram de vez na mira de investidores e algumas marcas já estão expandindo suas soluções, oferecendo até mesmo serviços bancários e financeiros para consumidores.

Diversas tendências tecnológicas foram adiantadas em anos, e o setor tem agora o desafio de acomodar o futuro que chegou antes da hora, mas oportunamente, aos negócios. 

Desafio dos custos

A calculadora não deve sair tão cedo da mão dos varejistas. De acordo com o último Boletim Focus, o IPC deve fechar 2021 em 10,05%. Para 2022, a previsão é que chegue a 5,02%, acima do teto da meta. Com isso, o varejo já começa a corrida do novo ano alguns passos atrás de outros segmentos para se adaptar ao bolso esvaziado do consumidor — e sem possibilidade de repassar todo o aumento de custo.

“Uma das consequências da crise econômica é que os efeitos, como sempre ocorre, arrebentam do lado mais fraco. Isso não se aplica somente aos consumidores que pagam pelo produto, mas também aos pequenos negócios. A inflação entra como um imposto. E um imposto muito caro”, diz Felisoni.

Autor: Paulo Gratão

Artigo publicado em: https://revistapegn.globo.com/Banco-de-ideias/Varejo/noticia/2021/12/varejo-em-2022-4-fatores-que-devem-ditar-o-rumo-das-compras.html

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