Brasil deve registrar queda gradual da inadimplência no segundo semestre

Brasil deve registrar queda gradual da inadimplência no segundo semestre

A recuperação do setor de serviços e o avanço da vacinação, atrelados aos benefícios fiscais, estão entre os fatores que devem contribuir para a queda gradual da inadimplência no Brasil neste segundo semestre. A avaliação é de Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa Experian.

“A nossa inadimplência ainda está alta, ainda maior do que do final do ano passado, quando atingiu 61,5 milhões [de pessoas], mas com avanço da vacinação, o retorno a uma certa normalidade do setor de serviços, que é altamente empregador, e a continuidade dos atuais estímulos fiscais e monetários, é bem provável que esse índice entre em trajetória de queda gradual no segundo semestre de 2021”, afirmou Rabi.

O economista disse que os índices flutuaram bastante durante a pandemia. “Nós tínhamos, em 2019, mais ou menos 63 milhões de brasileiros em situação de inadimplência, estamos falando de 40% da população adulta do país. Quando veio a pandemia na segunda quinzena de março e início de abril, e as empresas começaram a demitir as pessoas e as atividades econômicas tiveram que ser paralisadas, esse número foi para 66 milhões em abril de 2020, recorde histórico”, afirmou.

Na avaliação do economista, no entanto, os governos aprenderam as lições da crise de 2008 e não demoraram a agir, com pacotes de socorro gigantescos pelo mundo principalmente a partir de maio do ano passado. Entre as medidas que foram adotadas estão aumentos de gastos públicos, redução de alíquotas de impostos e taxas de juros nas mínimas históricas (no Brasil, Selic a 2%, e no exterior, taxa 0%), além do auxílio emergencial, no caso do País, colocando dinheiro diretamente no bolso das pessoas.

Diante desse arsenal anticrise, analisa Rabi, o quadro de inadimplência foi sendo gradualmente revertido ao longo de 2020 e o país encerrou o ano passado com 61,5 milhões de brasileiros inadimplentes. Mas os números voltaram a subir quando o auxílio emergencial esgotou, no início do primeiro trimestre deste ano.

“Com o benefício voltando a ser pago a partir de abril, estamos começando de novo a ver o início da queda da inadimplência […] Se nós tivermos um avanço da vacinação, que impeça novos lockdowns, e sabendo que podemos contar com algum auxílio fiscal e monetário, é bem provável que esse início de queda da inadimplência, que a gente começou a ver em maio, persista ao longo do segundo semestre deste ano, se afastando cada vez mais do pico histórico registrado em abril do ano passado”, ponderou.

Diante do atual cenário, Clariana Vieira, head de recuperação de crédito do Banco GM e vice-coordenadora da Comissão de Crédito e Cobrança da Acrefi, falou sobre o papel da Lei 14.181/21 do Superendividamento, que prevê renegociação de dívidas sem encargos e traz novas regras para o Código de Defesa do Consumidor a fim de proteger o cidadão.

“É uma relação de ganha-ganha, que dá transparência. Ninguém quer um cliente superendividado que não consiga sanar suas pendências. A dinâmica da pandemia trouxe novos desafios e, lidar com essa complexidade, tornou-se um relevante”, ponderou.

Ela comentou ainda que o mercado financeiro passa por profundas transformações, criando oportunidades e desafios. “Uma novidade neste momento de transformação digital, que estamos vivendo, é o quanto as novas gerações e as novidades transformam o setor – seja em pequenas ou grandes instituições financeiras. Isso passa pelo open banking, Cadastro Positivo, PIX, é um novo mundo. Não há mais volta: pensar nessa inovação e suas ferramentas, como o uso de dados para sustentabilidade dos negócios, é fundamental”, destacou.

Fonte: https://infocredi360.com.br/

Share this post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *